O que é Gorilla Glass? Do que é feito? Porque é tão resistente?
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ToggleDescubra aqui nesse guia rápido e sem complicação como funciona esse que talvez seja um dos tipos de vidro mais resistentes nos dias atuais (2024). Vamos lá?
A palavra Glass em inglês significa “Vidro”, portanto, o significado de Gorilla Glass é literalmente Vidro Gorilla.
É um nome que sua fabricante criou para transmitir a idéia de que é um vidro diferente, sendo mais forte e resistente do que os outros vidros “comuns”.
O Gorilla Glass é patenteado e a sua fórmula exata de fabricação é mantida em segredo absoluto.
Ele foi inventado em 2005 pela Corning, uma empresa norte-americana que produz vidros temperados, cerâmicas, LCDs e outros materiais afins e que é sediada no condado de Steuben, estado de Nova Iorque.
A sua grande característica é que ele é mais resistente contra riscos e rachaduras.
Veja bem, o Gorilla Glass não é à prova desses infortúnios, mas é bem mais resistente contra eles do que os outros vidros “comuns”.
Uma grande “coincidência” história do Gorilla Glass é que em 2007, dois anos após ele ser criado, a Apple de Steve Jobs estava justamente procurando um vidro que não deixasse rastro de impressões digitais ou dedos sujos e que ao mesmo tempo fosse mais resistente, para fabricar a tela dos seus smartphones.
O material que a Apple estava precisando era justamente um vidro que resistisse ao atrito constante de dedos (e unhas) assim como de ítens como chaves, chaveiros, moedas e milhares de outras possibilidades dentro do bolso do usuário.
Foi assim que a Apple fez a tela do seu primeiro iPhone com o Gorilla Glass, e depois disso não pararam de surgir outros dispositivos que também queriam usar o Gorilla Glass nas suas telas.
Isso foi maravilhoso para a empresa Corning que já existia desde o longíquo ano de 1871 e era referência dentro dos Estados Unidos, mas que depois de ser usado nos primeiros iPhones foi quase que imediatamente alçada a uma posição de fama e autoridade mundial.
Então após o lançamento dos primeiros iPhones, começaram a ser lançadas novas versões melhoradas e “atualizações” do Gorilla Glass. A segunda versão, chamada de Gorilla Glass 2 foi criada em 2012.
E a partir dessa data, praticamente todos os anos (ou de dois em dois anos), a Corning lançou continuamente novas versões e melhorias no seu produto.
Até mesmo o exército norte-americano (e de alguns outros países) adotou o Gorilla Glass para fabricar os “para-brisas” dos seus veículos e aviões, recebendo inclusive as novas versões e melhorias do material antes dele ser lançado oficialmente no mercado.
Após a versão 6 do produto, a Corning passou a colocar nomes nas novas versões, e estamos atualmente na versão Gorilla Victus 2.
Segundo a empresa, para essa última versão foi aumentado o nível a severidade e diversidade dos testes a que submeteu o seu vidro, além dele ser resistente a quedas de até 1 metro diretamente em superfícies extremamente duras como concreto e asfalto.
A Corning já tinha longa experiência com vidros temperados e no começo do século 21 começou a trabalhar num vidro mais resistente a riscos e rachaduras.
A idéia é relativamente simples. O vidro para ser feito e moldado precisa ser aquecido a altíssimas temperaturas.
Então quando o vidro está “derretido”, ela banha ele em um produto para acontecer uma reação química entre esse produto e o vidro.
Nessa reação química, há uma troca de átomos, e alguns determinados átomos que estavam no vidro originalmente saem, e entram no vidro outros átomos (que estavam no produto).
Esse processo é um tipo de oxidação, e não era novo, para “tingir” o vidro deixando azul, roxo, amarelo, enfim, colorido, já se empregavam técnicas de oxidação.
Mas o que a Corning fez foi usar essa conhecimento para outro propósito, criando algo totalmente novo.
Esses átomos “novos” que entraram no vidro são bem grandes, e são bem, mas bem maiores que os átomos que saíram.
E como se não bastasse o vidro, depois, no momento do esfriamento e solidificação ainda é colocado sob grande pressão.
O resultado é que com essas moléculas maiores no meio do vidro, fica mais difícil coo “novo vidro” acumular pequenas sujeiras e marcas que ficavam no meio da formação estrutural do vidro e por isso é mais difícil deixar as impressões digitais e marcas de sujeira.
E em segundo lugar, o vidro é menos espesso, ao mesmo tempo que mais resistente e mais compacto, e quando ele trinca não acontece igual o vidro comum que literalmente espalha a trinca por um longo espaço. A trinca ou rachadura tem mais dificuldade de se espalhar.
E pequenas trincas são menos perceptíveis na tela, quase irrelevantes, então o resultado final são menos trincas, trincas menores, e a gigantes maioria trincas quase invisíveis e imperceptíveis.
Ao mesmo tempo, o risco, em cima de um estrutura com moleculas maiores, sofre menos atrito e assim, é menos suscetível a riscos.
Portanto, não é um vidro à prova de quebras, como muitos pensam (e se frustram por isso) – muito embora a Corning diga que ele é resistente a queda de até 1 metro em superfícies extremamente duras como concreto e asfalto.
Mas certamente são sim bem mais resistentes contra impressões digitais e sujeiras, e mais ainda contra rachaduras e riscos, e uma vantagem para os smartwatches e smartbands.
Um ponto interessante é que o Gorilla Glass é totalmente reciclável, e isso é um ponto muito positivo.
Ele é usado em vários outros setores da economia e carros de corrida (Fórmula 1 por exemplo) para deixar o carro mais leve e consequentemente mais rápido, por ser menos espesso e mais leve.
Aliás, pelo menos motivo muitos dizem que ele é menos agressivo ao meio ambiente e poupa emissão de carbono.
Existem versões do Gorilla Glass que prometem ser antomicrobianos, por acréscimo de um tipo específio de material que é inadequado para esses organismos.
E por fim, é preciso dizer, existem outras fábricas no mundo que procuram fabricar vidros com os mesmos princípios de resistência e higiene do Gorilla Glass, mas a maior parte do mercado ainda pertence à Corning nesse segmento.
João Marcos é um entusiasta de tecnologia com mais de 10 anos de experiência no setor de eletrônicos. Seu interesse por smartwatches surgiu ao perceber o impacto desses dispositivos na conectividade e no cotidiano das pessoas. No SmartPulso, ele é responsável por analisar novos modelos e explorar suas principais funcionalidades, trazendo informações práticas e relevantes para os leitores.